Amo andar pelas ruas do centro do Rio de Janeiro. Com todas as histórias e personagens que por lá circularam fico sempre emocionada; claro que também fico estressada porque às vezes a bagunça me atormenta. Por isso uma paradinha para um café com algo bem gostoso acompanhando é a melhor escolha para fazer o emocional voltar a ficar zen. Então vou à Cavé que não é mais Cavé, mas para mim é. Eu explico logo abaixo.
Na esquina da rua Sete de Setembro,133 com Uruguaiana ficava a antiga Cavé. Confeitaria inaugurada em 1860 por Charles Auguste Cavé e que funcionou até o ano de 2000 quando foi transferida para uma loja ao lado porque seus proprietários não conseguiram manter a preservação do prédio que fora tombado como patrimônio histórico. Daí eu penso, cadê as autoridades que não conseguiram patrocínio para tal. Claro, não é pan, copa ou olímpiadas! Memória, história isso não dá dinheiro ou prestígio...
Bem, a Cavé não é mais Cavé e sim Manon, outra casa que também é uma delícia cuja matriz fica ali perto. Perdoem - me seus atuais donos mas não consigo desvincular do meu imaginário que aquele lindo prédio não é mais a Cavé.
Os detalhes fazem o charme do lugar e vão desde o tampo das mesas em branco e verde,que parecem rendas mas é vidro, até os entalhes nas cadeiras.
Por esse espaço passaram Chiquinha Gonzaga, Rui Barbosa e muitos outros artistas, escritores e pensadores. Para marcar os lugares em que eles costumavam sentar foram colocadas nas paredes pequenas placas com seus nomes e uma micro biografia de cada um. Pergunto ao garçom se realmente eram os lugares certos, mas ele não confirmou nada. Fica por conta de nossa imaginação e emoção; além, é claro , das pesquisas que devem ter sido feitas para a reforma do prédio.
Sempre que vou lá peço o cardápio e escolho para comer um pãozinho doce recheado com creme de confeiteiro e goiabada salpicado com um fina camada de açúcar. Especialidade da Manon que é super leve, acompanhamento ideal para um xícara de café com leite e que se chama Madrilenho. Delícia agregada à jóia que é o prédio.
Hoje Manon, ontem Cavé. Para mim sempre Cavé com toques Manon. Mas quem quer saborear doces portugueses maravilhosos é só dar uma passadinha na loja ao lado e entrará na atual Cavé, que antigamente era uma chapelaria chamada A radiante onde trabalhou Carmen Miranda em seu primeiro emprego. Quer mais charme que isso!!!!
Fotos: Fernanda Japiassú e Celso Mathias
Que pena que aqui no Brasil, as autoridades nao tem interesse em preservar a memoria de lugares e fatos tao importantes da nossa historia. Sem contar que o Rio de Janeiro, foi a capital do Brasil, desde o Imperio ate o começo da bossa nova. É muita historia pra contar. Muitos personagens, figuras ilustres, monarquia e depois, a propria Republica!
ResponderExcluirParabens pela materia e pelas fotos, que estao lindas!!
Quanto ao paozinho doce, com goiabada.. aff.. é tudo de bom MESMO, deu agua na boca!! rs
otima quinta pra vc!
Bjks!!
;D
P.S. Vlw pela dica do creme de leite no creme de queijo!!